Qualidades Anímicas

Por Jaime Moggi
Você já deve ter visto inúmeros programas de competências organizacionais e, dentre eles, aqueles com uma lista enorme de competências de liderança, tais como: foco no cliente, foco em resultado, visão sistêmica, flexibilidade, etc. São designações usadas para representar qualidades e/ou atitudes que vivem na alma humana.

Todos nós temos atributos intrínsecos, alguns com mais intensidade, e, outros, nem tanto. Rudolf Steiner, seguindo uma longa tradição que vem dos gregos, os classifica como qualidades planetárias.
Em essência, podemos dizer que sete delas, arquetipicamente, são manifestadas, por exemplo: nas sete cores do arco íris, nas sete notas musicais, nos sete dias da semana, etc.
Nos contos de fadas, também encontramos representações dessas sete forças. A Branca de Neve com seus sete anões é um deles. Cada anão tem uma qualidade intrínseca.
Até mesmo a Liga da Justiça original (dos desenhos em quadrinhos), com seus sete membros fundadores, tem qualidades representadas nesse arquétipo.
Na visão de ser humano, a partir dos quatro níveis, temos:

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No tema anterior, vimos os três tipos físicos e os quatro temperamentos. Os temperamentos são viscerais, impulsos inconscientes, que vêm do nosso corpo vital, “próximos” da nossa vontade, do nosso querer.
Já, as sete qualidades, exploradas aqui, estão no corpo anímico ou astral. São qualidades de alma, mais sutis que os temperamentos, mais conscientes e, por isso mesmo, mais suscetíveis ao desenvolvimento. Nesse caso, O “EU” pode exercer uma ação consciente sobre essas qualidades, de maneira mais direta, se comparada aos temperamentos.
Essas forças foram associadas pelas antigas civilizações aos sete planetas visíveis (no sentido original da palavra “planeta”, ou seja, peregrino, aquele que se move no céu). Sob os nomes romanos, são identificados como: Sol, Mercúrio, Vênus, Lua, Saturno, Marte e Júpiter.
Por se tratarem de forças arquetípicas, estão presentes no ser humano, nos grupos, nas organizações e em diversos processos orgânicos e sociais.

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Na sequência, a descrição acerca de um pouco de cada um destes “princípios”.

Mercúrio:

O deus Hermes, dos gregos; deus dos ladrões, dos comerciantes; o mensageiro dos deuses. Era o único dos deuses que tinha acesso ao mundo dos mortos. Alegre, divertido e matreiro.
Filho de Zeus e Maya. Contam que, logo após o nascimento, com o casco de uma tartaruga “inventou” a lira e saiu tocando, depois a trocou com Apolo pela flauta. É representado por um jovem nu, com asas nos pés, segurando o caduceu, um bastão com duas serpentes enroladas (muitos confundem com o outro caduceu, o de esculápio, símbolo da Medicina). O caduceu de Mercúrio é o símbolo da negociação e da diplomacia.
Ele é o patrono dos arautos, dos embaixadores, dos ladrões, dos inventores, dos comerciantes. Em cada encruzilhada da cidade de Atenas, havia uma estátua de Mercúrio, como símbolo das estradas e dos caminhos.
Essa “força” primordial está presente em inúmeras tradições e na mitologia. Thoth para os egípcios; Exu, no candomblé; Loki, para os nórdicos, etc.
Uma das histórias conta que, certa vez, o martelo de Thor foi roubado por um gigante do gelo, e este, como resgate, pediu nada mais do que a mão da deusa Freya (deusa da beleza, Vênus) em casamento. (A nossa sexta-feira é o dia de Freya; em inglês, Friday; em espanhol, Viernes – tradução de Vênus).
É claro, Freya recusou. Thor, desesperado, pediu ajuda ao seu irmão, Loki, que não se fez de rogado e disse: “Fácil”. Vestiu Thor com mantos femininos, e cobriu-lhe a cabeça com um capuz, a fim de convencer o gigante de que se tratava de Freya.
Colocando seu plano em ação, Loki se postou diante do castelo do gigante, com a “suposta” Freya. Chamou o gigante e disse: “Trouxe a deusa da beleza para vós”. O gigante se aproximou e, notando a robustez da figura, observou: “Nossa, como ela está forte!”. Ao que Loki responde: “Ansiedade para encontrá-lo meu senhor. Ela comeu demais nos últimos dias”. O gigante, assustado, se afastou ao ver que os olhos do deus do Trovão brilhavam em fogo. E Loki, disse: “Isso é paixão, ela não vê a hora das núpcias”. O gigante, convencido, devolveu o martelo a Loki, que o entregou a Thor, e, este, matou o gigante.
O metal mercúrio tem algumas dessas qualidades sobre as quais falamos, devido à fluidez e utilização como catalisador. Já tentou pegar nas mãos um pouco de mercúrio? Impossível. Ele escapa entre os dedos, assume novas formas (sim, aquele mercúrio encontrado no termômetro). Ou o planeta Mercúrio, o mais rápido do sistema solar e com a órbita mais excêntrica (não seguindo a órbita que seria normal, mudando de direção).
Um dos símbolos do Mercúrio são suas asas, que estão nos caminhões de mudança, ou no uniforme do super-herói Flash.
No ser humano, a força de Mercúrio se manifesta no gosto pelas mudanças, pela inovação, pela sociabilidade, a eloquência, a versatilidade.
Em um grupo, a pessoa cheia de Mercúrio está sempre repleta de ideias, com propostas. Está em todas as festas, em todos os projetos novos.
Falta de Mercúrio traz rigidez, inflexibilidade, conservadorismo.
Alguns negócios têm características mercuriais na sua própria origem. Nunca me esqueço de uma convenção em um grande jornal. A energia transbordava pela sala. As palestras tinham que ser curtas, as pessoas não conseguiam ficar sentadas.
Áreas comerciais costumam ser muito mercuriais. Sem Mercúrio não há velocidade, flexibilidade, mudança. E, com o excesso dele, há a superficialidade, o “dar um jeitinho”, a falta de continuidade.

Lua:

Como segunda força, podemos explorar a qualidade lunar.
As deusas lunares, na maioria das antigas civilizações, eram as mais importantes divindades depois do Sol. A Lua era cultuada como esposa ou irmã do Sol. Ártemis, na Grécia; Diana, em Roma. É considerada a deusa da castidade, da pureza e também da fertilidade e da maternidade.
Foi através dos ciclos da Lua que o ser humano primitivo tomou consciência do tempo. No tempo cíclico de 28 dias, ela se manifesta no organismo feminino.
A imagem da maternidade pode ser uma boa porta de entrada para entendermos o arquétipo.
Como é uma mãe arquetípica?
Cuidadosa, amorosa, cuida dos processos de longo prazo. Atenta à nutrição, ao crescimento ela conserva para as gerações futuras a sabedoria do passado.
Winston Churchill dizia que as mães são o maior partido conversador do mundo.
A Lua também é associada ao inconsciente, à ilusão, à fantasia (mundo da lua) e à loucura (lunática).
É por meio das qualidades lunares que nos ligamos à família, ao ritmo, ao passado, à memória, ao cuidar de si mesmo e do outro.
Sem Lua somos doentes, fracos, desprovidos de raízes, de fantasia e de propósitos.
Numa organização, as áreas de controle, contabilidade e gestão de conhecimento desempenham um papel lunar.
Um grupo que não possui as qualidades atribuídas à Lua não sabe de onde veio, nem o que fez. Uma ata de reunião é uma manifestação lunar. Uma reunião ou workshop, em que reconstruímos as realizações do ano, por exemplo, é lunar. O cuidado com o bem estar, com as necessidades básicas de um grupo reunido (intervalo, água, comida) são qualidades lunares.

Marte:

Deus da guerra e das batalhas.
Filho de Júpiter e Juno. É representado como um guerreiro de escudo, capacete e lança.
No filme épico, Os 300 de Esparta, os guerreiros espartanos eram a personificação de Marte. Esparta era uma cidade dedicada a Marte. Os bebês que nasciam doentes eram deixados para as feras da floresta. Aos 7 anos de idade eram retirados das mães; aos 15, tinham de sobreviver meses sozinhos nas florestas.
As mães espartanas diziam a seus filhos ao saírem para a guerra: “Voltem com seus escudos ou sobre seus escudos…” (mortos). “Mas nunca sem eles” (não dá para correr do campo de batalha com o escudo).
Os filhos de Marte são Fobos e Deimos, respectivamente, “Horror” e “Terror”, nomes dados às duas luas marcianas.
O deus da guerra, entre os nórdicos, é Tyr. Contam que, certa vez, Tyr havia capturado um monstro, um lobo chamado Fenris. O enjaulara e o mostrara, todo orgulhoso, para os outros deuses. Loki, enciumado, desafiou Tyr: “Duvido que você tenha coragem de colocar a mão nesta jaula!”. Tyr é o único deus maneta de Asgard.
O símbolo de Marte “♂”, o escudo com a lança cruzada, está em metade dos banheiros do mundo. É o símbolo do “masculino”.
O metal de Marte é o ferro. Quando falta ferro em nosso organismo, ficamos anêmicos.
A força de Marte é a da iniciativa, do empreendedorismo, da ação.
Num grupo, o marciano é aquele que quer sempre ir para a ação, não suporta planejar muito, ele quer agir. É eloquente, defende seus argumentos com força. É lógico, racional, simples e direto. Como os antigos espartanos que dedicavam suas vidas a Marte, os indivíduos marcianos vão direto ao ponto, são assertivos.
A palavra “lacônico”, uma versão da nossa expressão “curto e grosso”, foi criada porque os espartanos viviam na península da Lacônia. Nas empresas, as áreas de produção e comerciais costumam ser mais marcianas. A sombra de Marte é fácil de ser vista. Na história de Tyr, ele não hesita em colocar a mão na jaula.
Orgulhoso, precipitado, não é capa de delegar. Marte é um guerreiro, não um general.
Marte era amante de Vênus, que era casada com Vulcano. Para que não fossem descobertos, os amantes se encontravam numa caverna.
Para garantir que não fossem pegos por Apolo (deus do Sol), que tudo via, Marte postou um de seus soldados na porta da caverna. E ordenou que ele ficasse de vigília e os avisasse quando o Sol nascesse.
O soldado dormiu e os amantes foram pegos. Marte, enfurecido, disse ao soldado: “Já que não cumpriste tua missão hoje, para todo o sempre vai fazê-la”, transformando o soldado numa ave. E assim nasceu o galo.

Vênus:

A deusa do amor, seu símbolo é o “♀”, o espelho. O mesmo usado em uma das suas versões no candomblé.
Vênus, Afrodite para os gregos e Freya para os nórdicos, é a deusa da beleza e do amor.
Uma versão sobre o seu nascimento conta que Saturno, em sua luta para destronar seu pai, Urano (o céu), corta os testículos do titã. O sêmen de Urano cai na espuma das ondas do mar, de onde nasceu Afrodite (cena retratada num belo quadro de Botticelli).
Vênus e Lua, juntas, completam parte do arquétipo do Feminino. Só a mãe Lua e Vênus são mulheres. Falta uma faceta que é completada por Mercúrio que acompanha as almas dos mortos ao inferno.
Para os antigos, o homem entrava na vida pela mão das mães, ao longo de sua existência era cuidado pela esposa, e, preparado para o túmulo pela filha.
Nos aspectos venusianos, temos a sensibilidade estética, o cuidar, o ouvir e o seduzir.
Numa organização, boa parte das competências que tentamos desenvolver com os gerentes são qualidades venusianas: ouvir, persuadir, apoiar, etc.
Afrodite tinha dois filhos, Eros e Anteros – o amor e o ódio. A sombra de polaridade – antipatia/ simpatia, gosta/ não gosta.
Pense na mulher arquetípica e você vai pensar em características venusianas: beleza, amor, cuidado, sensibilidade estética, etc.
As áreas de RH têm qualidades venusianas muito pronunciadas, independentemente do número de homens e mulheres.
É curioso entrar nas dependências de uma grande empresa do segmento de beleza no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. As instalações são sofisticadas, bonitas, às vezes, com obras de arte pelas paredes. Pessoas bonitas, bem vestidas. A reunião de diretoria gasta horas para discutir se o rótulo do perfume deve ficar mais para a direita ou para a esquerda, ou se a transparência do vidro é a mais adequada.
É triste trabalhar em uma área sem Vênus. O ambiente é árido, não há feedback positivo, elogios. As coisas são mecânicas, sem gentileza, brutas. Geralmente com baixa motivação das pessoas.
Na mitologia grega há um episódio de como Vênus salvou o mundo.
O mundo estava à beira da destruição, Marte, que havia levado guerra, fogo, morte à Terra e ao Olimpo, havia se libertado das correntes que Júpiter lhe aprisionara. Os deuses se reuniram para decidir o que fazer para contê-lo, mas não havia solução.
Júpiter, então, encontrou uma saída!
Ele convocou Vênus, casada com o deus Vulcano, e lhe ordenou que fosse ao palácio de Marte e aguardasse a chegada do guerreiro. A bela deusa assim o fez. E quando Marte, coberto de sangue, entrou no seu palácio, encontrou a bela deusa nos seus aposentos o aguardando.
E as guerras, que ameaçavam destruir o universo, pararam. Os inimigos fizeram as pazes. Os exércitos voltaram aos seus quartéis. Marte havia encontrado outros campos para suas batalhas.

Júpiter:

O Zeus dos gregos, o rei dos deuses. Seu pai, Saturno (Cronos), devorava todos os seus filhos ao nascerem (uma metáfora para o tempo que tudo devora). Uma profecia afirmava que Saturno seria destronado, assim como ele o fizera com seu pai (Urano), por um filho.
Depois de devorar vários de seus filhos, sua mulher, Reia, deu-lhe uma pedra envolta em um manto, a qual Saturno devorou pensando ser seu filho.
O menino salvo, Zeus, foi criado na ilha de Creta e, quando se tornou adulto, fez com que seu pai vomitasse seus irmãos. Eles derrotaram o velho titã e dividiram, entre si, o universo.
Os símbolos de Júpiter são o trovão e o cetro. Ele tem seu equivalente em praticamente todas as mitologias: Odin para os nórdicos, sentado no seu trono e ladeado pelos dois corvos que tudo veem e tudo sabem; Indra entre os hindus; Osíris, etc.
Para entendermos esse “princípio” podemos pensar num rei arquetípico. Como um rei modelo: justo, sábio, majestoso, com visão do todo, generoso, magnânimo.
Pensemos no rei Artur, que é, na cultura ocidental, o símbolo do rei perfeito. Sentado em sua Távola Redonda, cercado de seus cavaleiros, ou no seu trono, decidindo, julgando, premiando, zelando pelo seu povo.
Júpiter tem a voz que traz estrutura, ordem. Aliás, foi ele quem dividiu e organizou o cosmos. São várias histórias em que o universo ficou conturbado e Zeus/ Júpiter lhe traz de novo a ordem, como a seguinte:
Faetonte era filho de uma mortal com o deus Sol.
Os amigos duvidaram que ele fosse filho de um deus. Ele pediu à mãe que o deixasse ir procurar seu pai no país do Sol nascente (Índia para os gregos). A mãe concordou com o pedido do menino que fez uma longa viagem até a Índia.
Ao chegar no palácio de Apolo, foi recebido com felicidade pelo pai. Quando contou o motivo da viagem, o pai disse: “Peças o que quiser como prova de que és meu filho. Eu juro pelo rio Estige, que separa os vivos dos mortos, que seja lá o que pedir, eu te darei”.
E o que um adolescente costuma pedir para o pai?
Sim, um carro. Pediu para dirigir durante um dia o carro do seu pai.
Apolo empalidece. Seu carro é o próprio disco solar que se levanta todos os dias de manhã e percorre o céu até dormir no oceano. Era um carro impossível para qualquer um, que não o próprio Apolo, controlar.
O deus, desesperado, tentou demover o filho, mas ele havia jurado pelo rio Estige. Juramento que deus nenhum pode romper. O menino foi irredutível. Levou o rapaz até as cavalariças onde o carro coberto de diamantes, com dois gigantescos cavalos alados, o esperava.
O deus beijou o filho e lhe deu algumas instruções: “Não subas demais ou podes incendiar os céus, não desças demais ou podes queimar a terra”.
A hora chegou e a carruagem partiu. Faetonte, deslumbrado, tentou controlar os cavalos, mas logo eles fugiram de seu controle. O sol descia e subia nos céus. Os oceanos foram secos. Poseidon, o rei dos mares, por três vezes tentou colocar a cabeça fora da água, mas o calor não permitia.
As cidades e os campos se incendiaram. E quando os cavalos subiam, as residências dos deuses ardiam em chamas.
Zeus convocou todos os deuses, Apolo, inclusive, para encontrarem uma solução e estes olharam para seu rei sem nada a dizer. Zeus, com os olhos marejados de lágrimas, subiu na torre mais alta do Olimpo e lançou um raio no coração de seu neto, Faetonte. O corpo incendiado cai no mar e os cavalos voltaram para casa.
Júpiter faz o que é preciso, por mais que seja difícil ou duro.
Numa reunião de um grupo, a qualidade jupteriana se manifesta pela estrutura, pelo cuidado com o processo.
Assim como Mercúrio é o senhor do caos, Júpiter é o senhor da ordem.
Numa empresa, a diretoria deveria ter as qualidades jupterianas. Sem Júpiter não somos capazes de organizar, estruturar, liderar, ver o todo, fazer o que é preciso.

Saturno:

O rei destronado, cujo nome grego é Cronos, o senhor do tempo.
Foi destronado por Zeus e lançado no abismo. Mas quem foi rei nunca perde a majestade.
Para entender esse princípio, podemos pensar na figura de um mago, como Gandalf, Sauron, Merlin.
Isolado na sua caverna, no seu castelo, estudando, pesquisando, compreendendo, desenvolvendo ferramentas e soluções que surpreendem a todos. Este é Batman, o personagem considerado o maior detetive do mundo, vivendo na escuridão da sua caverna, cheio de truques tecnológicos. Esqueça aquele Batman da série da década de 1960, os fãs do personagem a odeiam. Pense no Batman, do filme com Christian Bale. É o arquétipo do pesquisador, do mago, do bruxo. Ele traz profundidade, concentração, vai na essência das coisas, no propósito delas.
Sem Saturno, um grupo ou um indivíduo não tem profundidade, vive resolvendo os sintomas, mas não as causas.
Numa organização, as áreas de Pesquisa e Desenvolvimento e de Tecnologia da Informação costumam ter as características desse arquétipo mais visíveis.

Sol:

Apolo, Febo para os gregos. O deus solar, que está presente na religião de todas as grandes civilizações – Amon, Mitra, Helios, Hórus, Frey, etc.
Para os gregos era o deus da purificação, da profecia, das artes, dos oráculos, da razão, da harmonia, do equilíbrio.
Diferente de Marte ou Zeus, ele mata com precisão, com o arco e a flecha.
A qualidade solar se relaciona com tudo que traz equilíbrio, harmonia, vida.
Cristo herdou muitas das características de Apolo – 25 de dezembro era o dia de Apolo, as igrejas cristãs foram construídas em cima dos templos apolíneos.
Pessoas solares têm uma grande capacidade de integração, de trazer equilíbrio às forças opostas. Assim como o Sol se mantém no centro do sistema solar e equilibra as diversas forças planetárias.
É a qualidade que permite apropriar e integrar todas as demais qualidades e colocá-las à disposição de um propósito.
Os deuses solares em suas histórias sempre têm uma luta arquetípica com o mal.
Apolo lutou e matou com seu arco a serpente Píton. No local em que a serpente morreu foi erguido um templo, no qual as sacerdotisas, as pitonisas profetizavam o oráculo de Delfos. Os oráculos principais da Grécia, Delfos e Tenedos, eram dedicados a Apolo.
Logo depois de matar a serpente, Apolo viu Eros (cupido), o filho de Vênus, voando, brincando com seu arco e flecha. Ele repreendeu o menino, “isto não é brinquedo de criança, deixe o arco e a flecha para os homens”.
Eros, irritado, se afastou e separou duas flechas de sua aljava. Uma com ponta de chumbo e outra com ponta de ouro. Quando uma bela ninfa, Dafne, se aproximou pela floresta, Eros lançou a flecha de chumbo no seu coração. A de ouro ele lançou no coração de Apolo. Quando os dois se viram, Apolo foi tomado por uma paixão incontrolável. E Dafne foi tomada da mais absoluta repulsa.
Apolo se aproximou e Dafne saiu correndo. Ele correu atrás dela pelos campos, pedindo que parasse.
Lord Byron descreve a cena num de seus poemas mais famosos:
“Não corras tão depressa e eu também correrei mais devagar. Tenho medo que te machuques. Não sou um campônio boçal. Zeus é meu pai. Sou herdeiro de tudo que há sob o sol. Sou senhor de Delfos e Tenedos, conheço todas as coisas passadas e futuras. Mas não sei o que se passa no meu coração”.
Ele via seus cabelos em desalinho e ficava imaginando como seriam quando arrumados. Ele foi se aproximando e quando Dafne percebeu, não conseguia fugir daquele triste destino de ser possuída pelo mais belo dos deuses.
Se jogou ao chão e clamou aos deuses da floresta que a salvassem.
Quando Apolo tocou-a, seus cabelos se transformaram em folhas, seus braços em galhos, e ela se tornou uma planta.
O deus em lágrimas pegou as folhas e disse: “Já que não podes ser minha mulher, serás minha planta preferida. Quando o inverno chegar tu serás a única que não perderás tuas folhas. Quando os campeões olímpicos subirem ao pódio, quando os conquistadores romanos subirem as escadarias do capitólio, tu estarás com eles. Para sempre tu ornarás a fronte dos vitoriosos”.
Ele fez uma coroa com as folhas e se coroou com ela.
Essa história explica porque Apolo é sempre representado com uma coroa de louro sobre sua cabeça.
Por fim, as sete essências/ qualidades são:
1. Flexibilidade/ inovação
2. Conservação/ fantasia
3. Cuidar/ beleza
4. Agressividade/ empreendedorismo
5. Estrutura/ visão do todo
6. Profundidade/ foco
7. Integração/ equilíbrio
São qualidades em potencial a disposição do ser humano.
Todos nós temos duas ou três manifestadas por natureza. As demais podem ser desenvolvidas.
Podemos usar esse arquétipo do “sete” para diagnóstico de um grupo, de uma empresa ou de um indivíduo.
O arquétipo também pode ser usado como estrutura de intervenção em uma situação. Para tanto, basta identificar com qual qualidade quer atuar.
Um bom exemplo de aplicação são os “tipos de perguntas” que vimos no tema A arte da pergunta. Também são expressões do mesmo princípio.
• Perguntas de movimento – Mercúrio
• Perguntas de confronto – Marte
• Perguntas de sentimento – Vênus
• Perguntas de exploração dos fatos – Lua
• Perguntas de busca da essência – Saturno
• Perguntas de busca de um significado maior – Júpiter
• Perguntas de integração – Sol
Se você gostou do arquétipo, pode tentar relacioná-lo ou identificá-lo nas pessoas, no seu grupo, na novela, no filme.
É uma maneira de olhar os fenômenos, que talvez lhe permita ver o que você não via.
Para os que gostam de super-herói, são sete, originalmente, os membros fundadores de Liga da Justiça – Super-Homem, Batman, Mulher
Maravilha, Lanterna Verde, Aquaman, Ajax – o Marciano e Flash.
Quais qualidades cada um representa?
O Flash, o Ajax e o Batman são bem óbvios. O Super-Homem também é fácil. E os outros?


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4 comments on “Qualidades Anímicas

  1. Gostei muito do conteúdo, da forma e da abordagem. Conseguiu exprimir e organizar exatamente o meu pensamento. obrigada por compartilhar! abraços e sucesso! Márcia Britto/consultora autônoma em RH

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