Para que as organizações obtenham os resultados que esperam e para que cresçam da maneira mais consistente possível, é necessário que os empresários escolham e sigam um modelo de gestão para o negócio e ao mesmo tempo, olhem para a organização como se ela fosse uma entidade viva que, assim como os seres humanos, aprende e reage rapidamente aos impulsos do ambiente e do contexto.

Existem múltiplas estruturas organizacionais e modelos de gestão que podem ajudar as empresas a alcançarem o que tanto almejam.

Neste artigo, vamos explicar o conceito de um modelo de gestão que está em crescente evolução: Organização Orgânica, como pode contribuir positivamente para o crescimento e sucesso da sua empresa, e também, outros conceitos relacionados, como: Ecologia Social e a Quadrimembração Humana e Organizacional.

Organização Orgânica: conceito

A Organização Orgânica como um modelo de gestão de negócios surgiu a partir da necessidade de sobrevivência das organizações em um ambiente de mercado cada vez mais instável e competitivo, que exigia uma alta capacidade de adaptação às constantes mudanças.

Este modelo nota a organização como um sistema aberto, que pode ser otimizado por meio do atendimento das suas necessidades e pela interação com o ambiente em que opera, utilizando diversos meios para atingir seus objetivos.

Ele exige uma estrutura organizacional mais flexível e adaptável, com um sistema de decisões descentralizado e hierarquia flexível, oferecendo, assim, mais oportunidades de desenvolvimento humano.

A Organização Orgânica, ou O2 como é comumente chamada, é composta por sete princípios básicos:

  1. Propósito – as empresas existem para servir a humanidade e não para atender objetivos financeiros do seu dono ou acionista;
  2. Estrutura – as empresas são formadas por conjuntos de times ou pessoas que possuem a mesma importância, e não por hierarquia de poder em que uns são mais importantes que os outros;
  3. Funcionamento – as empresas possuem vida própria, funcionam como um organismo vivo, complexo e adaptável;
  4. Pessoas – as pessoas nas empresas são “seres humanos” que devem ser tratados como tal, e não como “recursos humanos”, passíveis de serem geridos por superiores;
  5. Motivação – a motivação das pessoas é interna e se manifesta desde que exista autonomia e um propósito nobre, e não externa e oriunda de incentivos, pressões ou ameaças que venham de cima;
  6. Crescimento – o crescimento das empresas deve ser natural, fruto do encantamento gerado aos clientes, e não planejado com base em metas financeiras;
  7. Liderança – liderar é ser reconhecido pelas pessoas como referência devido à paixão pela atividade e pelo propósito de servir, e não simplesmente para utilizar a autoridade delegada por um superior para gerar os resultados que ele deseja.

Vantagens da Organização Orgânica

Quando falamos de uma Organização Orgânica, falamos de uma empresa que adotou um modelo de gestão focado no desenvolvimento humano. Este tipo de gestão é indicado para empresas que lidam com alta competitividade e mudanças constantes no mercado em que estejam inseridas.

Conheça algumas vantagens de implementar esse modelo de gestão de negócios:

  • Descentralização: aprender e adaptar continuamente através do que as pessoas percebem e tratam, sem necessidade de aprovação de uma pessoa que centralize poder, como um chefe. A O2 faz uso de quatro modos para perceber e tratar tensões: revisar, sincronizar, adaptar e cuidar.
  • Agilidade: as empresas ganham velocidade na tomada de decisões e experimentações, já que, com autoridade distribuída, não são mais necessárias as incansáveis reuniões para buscar influenciar e conseguir consenso entre todas as pessoas.
  • Transparência e efetividade: promove mais transparência e fluidez nas informações e torna as reuniões e interações mais efetivas, pois há um processo e um facilitador para as reuniões dos grupos de trabalho.

Potencializam inovação e engajamento: a O2 é uma dentre outras tecnologias sociais e conjunto de padrões que favorece a criação destas condições. Em tempos de trabalho remoto, ter uma tecnologia social apta para lidar com os desafios gerados pode se tornar essencial ou no mínimo potencializadora dos benefícios e redutora dos desafios que surgem.

Ecologia Social

A Ecologia Social é um modelo de gestão inspirado na antroposofia. Ela propõe olhar as organizações como entidades vivas que, assim como as pessoas, aprendem e reagem rapidamente aos impulsos do meio ambiente.

O pensamento antroposófico coloca o homem no centro do processo de desenvolvimento econômico e social nos níveis dos grupos, das comunidades onde está inserido e do próprio planeta. Olha o ser humano nas suas dimensões física e espiritual e no seu relacionamento com os reinos que o circundam: mineral, vegetal, animal e humano.

A cada dia que passa, as organizações se parecem mais e mais com seres humanos, em todos os seus aspectos. Cada vez mais se fala em empresas orgânicas ou em empresas vivas, que aprendem e reagem rapidamente aos impulsos do meio ambiente.

Expressões como: amor, felicidade, autenticidade, realização, entre outras, quando usadas no mundo empresarial são vistas como céticas, mesmo que essas mesmas palavras sejam buscadas por todo e qualquer ser humano, tanto na vida profissional quanto pessoal. Esse pensamento ainda está muito enraizado devido a práticas antigas de um modelo de gestão ultrapassado.

A Ecologia Social, assim como a Organização Orgânica, prega que tanto a vida profissional quanto a pessoal devem andar juntas, buscando os mesmos objetivos, consequentemente, a crítica citada acima deve ser resolvida para que esse sistema de gestão, que possui um lado mais humano, possa ter resultados.

Quadrimembração humana e organizacional

Todo ser humano é composto pelos corpos Físico, Etérico, Astral e Espiritual. O corpo físico tem relação com o mundo mineral, o etérico com o reino vegetal, o astral com o reino animal e, por fim, o corpo espiritual tem relação com o eu, ou com a chamada individualidade do ser.

A empresa, reproduz na sua essência esse arquétipo, pois ela possui um corpo físico, composto por suas máquinas, instalações, entre outros, um corpo etérico constituído pelos processos produtivos e administrativos, por um corpo astral, feito de tudo aquilo que acontece entre as pessoas no seu dia a dia, e por uma identidade que é formada pela cultura da empresa e seus valores.

Partindo desse pensamento, podemos afirmar que se a divindade criou a natureza, incluindo o ser humano, este criou todas as instituições do mundo econômico, social e cultural. Nesse sentido, as organizações, formadas basicamente por indivíduos, são também entidades vivas, com pensamentos, sentimentos e vontades e, assim como as pessoas, têm possibilidade de crescer, desenvolver-se, transformar-se e realizar seus potenciais.

Como as pessoas, as empresas também têm um ciclo de vida com fases definidas como concepção, nascimento, crescimento, desenvolvimento, crises e morte, sendo que a diferença básica é que o ser humano tem uma finitude física, enquanto a empresa, sendo fruto do mundo das ideias, pode não ter.

Ela tem a possibilidade de transcender no tempo e sobreviver para além das pessoas que lhe deram origem ou que nela atuam, desde que os problemas de transição entre gerações ou de comando sejam tratados com sabedoria e eficiência.

Conclusão

Lideranças genuínas são aquelas que assumem o compromisso de olhar as pessoas, os grupos, as organizações e a própria sociedade a partir de uma abordagem ampliada por alguns conceitos citados neste artigo, percebendo, entendendo e aceitando que tudo no mundo físico está inserido numa imensa teia de origem misteriosa, sagrada, sutil e ecumênica.

Tomar contato, pesquisar e operacionalizar, com consciência e equilíbrio esses conceitos no dia a dia do mundo econômico, social e cultural é cuidar do crescimento e do desenvolvimento das pessoas individualmente, dos grupos e das próprias organizações, garantindo assim a sua sustentabilidade com amor, divertimento, autenticidade e felicidade.

Um dos pontos defendidos pela Organização Orgânica é que a empresa se torne sustentável ao se libertar das pressões constantes em busca do resultado econômico, pois dessa forma atua com mais tranquilidade e promove uma série de ganhos: qualidade de vida, ambiente e clima agradável passam a reter colaboradores que se tornam mais comprometidos e criativos para lidar com as inconstâncias normais de mercado. Basicamente, que a organização se torne mais humana e menos máquina.

Se você acredita que esse modelo de gestão pode ser uma opção para a sua empresa, uma boa forma para encontrar a resposta para esta questão é analisando as estruturas do seu negócio. É necessário entender como todos os processos funcionam, tanto internos quanto externos, e se a organização orgânica atende a todas as suas necessidades e expectativas.

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